Novas formas de ensinar e aprender na Cultura Digital

Em artigo para a Revista TecEduc, diretora pedagógica e consultora em Tecnologia e Educação falam sobre o uso das tecnologias educacionais nas salas de aula
Colaborar, criar, comunicar, informar, compartilhar, formar redes, ensinar e aprender por meio de Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação (TDIC) configura o que denominamos cultura digital. É fato que os computadores, a Internet, as redes sem fio, os celulares e tantas outras mídias digitais adentraram nosso cotidiano, mudando a forma como vivemos em sociedade. A diversidade de informações que hoje temos à disposição, a rapidez com que elas chegam até nós e as tecnologias que nos facilitam acessá-las nos possibilitam diferentes modos de buscar o conhecimento.
Nesse contexto, a comunicação, a informação e o conhecimento não possuem um só meio, um só caminho, um só formato, mas constituem-se em novas formas de linguagem social: a do digital em suas múltiplas mídias. Vivemos continuamente em processo de imersão e de inclusão em um mundo de convergência tecnológica que pressupõe a apropriação, por cada um de nós, dos dispositivos digitais que estão ao nosso alcance e de suas respectivas potencialidades.
Sabemos que há uma geração de nativos digitais – como comumente a designam – que faz uso das tecnologias, inserindo-se na cultura digital de forma a também construí-la. Por outro lado, existem aqueles que dependem das inovações que a escola pode promover para lhes garantir o acesso e a apropriação digital. Então, nos perguntamos: quais são os direitos de aprendizagem dos estudantes dessa geração e qual é o grau de inserção e de apropriação de recursos digitais em nossas escolas? Quais cenários pedagógicos vislumbram-se com o uso dessas tecnologias nas salas de aula? Não podemos dizer que estamos à margem dos debates que analisam tais questões ou que as ignoramos, pois certamente já assimilamos a cultura digital em nosso dia a dia.
No entanto, isso não significa que essa apropriação cotidiana aconteça na mesma proporção quando se trata de incorporar recursos digitais à prática educativa. Essa é uma problemática ainda atual e carregada de reflexões sobre como essa prática, ao se desenvolver mediada pelas tecnologias e seus recursos digitais, considera o ensinar e o aprender inseridos na linguagem do mundo digital. Todavia, essas potencialidades do mundo digital não podem estar dissociadas do currículo em sua forma multidisciplinar de se desenvolver. Por isso, não basta a simples aquisição de equipamentos. Dispositivos eletrônicos não são máquinas de ensinar, são interfaces. Integrá-los ao currículo e promover a interdisciplinaridade são diferenciais em relação à “tecnologização” pura e simples do ato de ensinar.
Para tanto é essencial que, além de equipamentos, sejam disponibilizados recursos educacionais (softwares, aplicativos, objetos de aprendizagem, etc.) que possuam uma intencionalidade pedagógica de modo que a tecnologia passe a permear a cultura da escola e seja assimilada como mediadora das novas relações de aprendizagem, promovendo também a inclusão digital da comunidade escolar. Assim, insere-se na sala de aula recursos que são, também, formadores e desenvolvedores de competências para vivermos num mundo cada vez mais digital.
Certamente é desafiador, pois não se trata de utilizar as tecnologias como simples ferramentas com as quais modernizamos a prática pedagógica e, sim, de compreender que elas passam a constituir-se currículo e a reestruturar as formas de ensinar e de aprender. Os recursos digitais imprimem novas marcas à prática pedagógica para além de quadro e giz. E aprender nesse novo contexto ocorre por outras formas e novos propósitos, pois podemos dispor de materiais em formatos diversificados para também diversificar e enriquecer as situações de aprendizagem que desenvolvemos com nossos alunos.
Assim, com os recursos digitais que temos à nossa disposição, oportunizaremos as aprendizagens com o suporte das tecnologias e começaremos a construir e a participar de uma cultura escolar condizente com a sociedade na qual vivemos e para a qual formamos nossos alunos.
Regina Silva
Diretora Pedagógica da Positivo Informática Tecnologia Educacional.
Maria Aparecida José
Mais conhecida como Cidinha na área educacional, é consultora em Tecnologia e Educação.
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